Na tarde desta segunda-feira (10/6), o presidente da Comissão Externa sobre danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul (RS), deputado federal Marcel van Hattem (NOVO/RS), visitou o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, para vistoriar os prejuízos advindos das fortes chuvas que assolaram o estado no mês passado. Atualmente, os aeroportos do RS, Florianópolis e Jaguaruna juntos conseguiram absorver apenas 14% da capacidade semanal do aeroporto fechado na capital gaúcha, de acordo com dados da ForwardKeys, empresa líder em inteligência de viagens.
“Com o Salgado Filho, o Rio Grande do Sul operava de 80 a 90 voos diários, 657 voos semanais e, entre maio e junho, tinha quase 600 mil assentos programados, desses, mais de 500 mil só em Porto Alegre. Agora, somando todos os outros aeroportos, são apenas 73 mil, 14% da malha aérea que a gente tinha. Impressionante o cenário que vemos por aqui. Em que pese termos conseguido uma série de outras frentes, ampliações em outros aeroportos, a operação na base aérea de Canoas, tudo isso ainda é insuficiente em razão da demanda. Essa demora do Governo Federal está agravando ainda mais a situação do estado. O voo da TAP que conectava o Rio Grande do Sul com a Europa acabou de migrar para Santa Catarina. Se não tivermos aqui no aeroporto Salgado Filho uma atenção especial da Casa Civil para enviar recursos para que o aeroporto volte a funcionar o quanto antes, corremos o risco inclusive de perder a concessionária (Fraport Brasil), que pode vir a entregar a concessão”, afirmou van Hattem após vistoriar a pista de pouso e decolagem e a área de embarque e desembarque.
De acordo com dados da ForwardKeys, entre janeiro e abril deste ano, o Rio Grande do Sul teve conexões com sete países (Brasil, Argentina, Portugal, Panamá, Chile, Uruguai e Peru). 10º aeroporto mais movimentado do país, Salgado Filho é uma importante porta de entrada para estrangeiros no país. No RS, foram sete companhias aéreas operando 657 voos semanais com mais de 1,7 milhão de assentos programados, um crescimento de cerca de 15% na capacidade de assentos internacionais em comparação com o mesmo período de 2023, o que demonstrava um ascendente interesse no turismo gaúcho. No período de 3 de maio a 30 de novembro de 2023, teve o quarto maior volume de conectividade aérea no Brasil, com uma média de 35 voos internacionais chegando por semana e 5 mil assentos disponíveis. Isso representa mais de 2% de todos os viajantes estrangeiros que chegaram ao Brasil. Na semana iniciada em 6 de maio, as buscas por voos para Porto Alegre caíram 52%.
A concessionária alemã Fraport Brasil, empresa que o administra, informou sobre a possibilidade de reabrir o aeroporto, de forma parcial, a partir da segunda quinzena de dezembro. Com base nessa previsão de reabertura, para o período de 3 de maio a 30 de novembro de 2024, estavam programados 18.5 mil voos, com uma capacidade de quase 3 milhões de assentos para o aeroporto Salgado Filho. Segundo o deputado estadual Felipe Camozzato (NOVO), a concessionária já investiu mais de R$ 2 bilhões no aeroporto desde que assumiu a concessão. “A empresa disse que a operação está endividada, que não tem recursos para seguir aportando enquanto não houver repasses. O Governo Federal precisa colocar recursos no aeroporto para já. Se encerrar a vistoria de 45 dias na pista e ela estiver liberada, por exemplo, não teremos um avião decolando ou pousando, porque não conseguiram sequer comprar equipamentos de TI do aeroporto. O Governo ainda não repassou nem um real”, afirmou.