Audiência na Câmara dos Deputados debate soluções para retomada da aviação regional no RS após enchentes

“Nosso desafio é garantir condições reais para a operação das companhias aéreas e assegurar a manutenção contínua dos aeroportos. Como comissão externa, seguiremos cobrando soluções  concretas para garantir conectividade, previsibilidade e continuidade nos serviços aéreos regionais”
8 de julho de 2025

A Comissão Externa da Câmara dos Deputados sobre os Danos Causados pelas Enchentes no Rio Grande do Sul, coordenada pelo deputado Marcel van Hattem (NOVO-RS) e com relatoria do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), realizou nesta terça-feira (8) audiência pública em Brasília para discutir a retomada da aviação regional no estado.  

Marcel van Hattem reforçou a importância da aviação regional para a integração do Rio Grande do Sul, especialmente após as enchentes. Marcel destacou os avanços apresentados na audiência, como os investimentos em aeroportos estratégicos, mas alertou que é preciso ir além da infraestrutura: 


“Nosso desafio é garantir condições reais para a operação das companhias aéreas e assegurar a manutenção contínua dos aeroportos. Como comissão externa, seguiremos cobrando soluções  concretas para garantir conectividade, previsibilidade e continuidade nos serviços aéreos regionais”, afirma Van Hattem. 

A diretora do Departamento de Planejamento e Fomento do Ministério de Portos e Aeroportos, Júlia Lopes Nascimento, informou que obras estão em andamento ou previstas para os aeroportos de Bagé, Pelotas, Passo Fundo, Uruguaiana, Santa Rosa, Santa Maria e São Borja. Ela ainda anunciou que foram aprovados investimentos para o novo aeroporto de Caxias do Sul, que funcionará como alternativa estratégica ao terminal Salgado Filho, em Porto Alegre.

Representando a Azul Linhas Aéreas, o gerente de Relações Institucionais Camilo Coelho apontou avanços na infraestrutura, mas alertou para entraves técnicos:


“Nosso time técnico fez um levantamento detalhado da infraestrutura dos aeroportos em operação no estado. Identificamos iniciativas positivas por parte do governo federal, estadual e da Infraero, mas os desafios operacionais permanecem. O maior entrave é a operação por instrumentos. A tecnologia RNP, baseada em GPS, ajuda, mas não substitui a instrumentação adequada para enfrentar condições adversas de visibilidade”, alerta Camilo Coelho.

Pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o gerente de Controle e Fiscalização Marcos Roberto Eurich enfatizou a necessidade de investimentos contínuos, para que se atenda às necessidades, principalmente diante da frequência crescente dos eventos climáticos. 

O superintendente de Gestão da Infraero, Paulo Eduardo Cavalcante, detalhou as ações recentes da estatal nos aeroportos de Torres e Canela, cuja administração foi assumida em janeiro deste ano. “Elaboramos um planejamento com foco em viabilizar e melhorar a infraestrutura desses dois terminais. Ambos têm papel relevante no Plano Aeroviário Nacional, e o aeroporto de Torres, em especial, apresenta grande potencial para receber voos comerciais regulares. Já iniciamos uma série de melhorias no sistema de pistas, pátio, balizamento e auxílios à navegação aérea, com investimentos que superam R$ 22 milhões em cada aeroporto.”

O gerente de Relações Institucionais da ABEAR, Renato Rabelo, apresentou dados positivos sobre a recuperação da malha aérea no estado.


“O Rio Grande do Sul já alcançou 90% da conectividade aérea que existia antes das enchentes de 2024, com previsão de 81 decolagens diárias em julho de 2025. O estado se consolida como um hub regional, com destaque para as ligações com São Paulo, Rio, DF, Minas e Pernambuco, além da nova rota Porto Alegre–Salvador. No mercado internacional, as operações a partir da capital gaúcha foram retomadas para destinos como Chile, Panamá, Argentina, Peru e Portugal.”

Também participaram da audiência o diretor do Departamento Aeroportuário do Rio Grande do Sul, Marcelo Canossa, o representante da Secretaria Estadual do Turismo, Alaor Oliveira, o diretor de Administração da Infraero, Aparecido Luiz Silva, o representante da Associação Comercial de Santo Ângelo, Mauro Tschiedel, e os deputados Ronaldo Nogueira (Republicanos-RS), Osmar Terra (MDB-RS), Maurício Marcon (Podemos-RS) e Marcelo Moraes (PL-RS).

Uma segunda audiência pública da Comissão Externa, marcada para esta quarta-feira (09), para tratar sobre  prejuízos causados pelas cheias de junho foi remarcada para o dia 15 de julho. 

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“Esse é um tema que realmente tem nos preocupado: a questão da prioridade. Nós falamos na reunião de Estrela sobre a falta de prioridade, por exemplo, na construção das casas, que, aliás, tem demorado muito tempo. O governo do Estado informou que foram investidos R$ 250 milhões em residências, mas perto de mais de R$ 9 bilhões do Funrigs, é um valor bastante modesto, sendo que uma das maiores prioridades para o povo é residência. Nosso compromisso é com as prioridades. E, para apontar soluções, precisamos conhecer de perto a realidade da região. Uma das maiores demandas da população do Vale do Caí é justamente por obras estruturantes e sistemas de defesa”, afirmou o deputado Marcel van Hattem, coordenador da Comissão Externa.